quinta-feira, março 02, 2006

Freitas e os cartoons

O Ministro Freitas do Amaral, por interpelação parlamentar do CDS-PP, veio explicar o tão badalado comunicado de 7 de Fevereiro.

Freitas do Amaral explicou porque omitiu a condenação da violência no primeiro comunicado que emitiu sobre a posição de Portugal nesta polémica:"Falta lá essa frase porque na véspera Portugal tinha votado com todos os 24 Estados membros da UE um comunicado condenando a violência nas embaixadas da Dinamarca e outros países"
A UE também referiu que as caricaturas de Maomé "ofendem as crenças ou a sensibilidade religiosa dos povos muçulmanos" e que poderão "incitar uma indesejável guerra de religiões". Pela ordem de ideias do nosso ministro nem sequer valia a pena ter escrito o comunicado.

Mas não ficou por aqui: "condenar a violência não era o essencial, o essencial estava muito para além e mais fundo"
Se não essencial, era no minimo desejável e de bom senso.

E para finalizar em beleza: "a violência, condenável, é certo, mas perfeitamente compreensível, face à tremenda ofensa que as comunidades islâmicas sofreram perante o ataque de um jornal de extrema-direita..."
O desagrado, a inconformação e mesmo a revolta são "perfeitamente compreensíveis", mas não podemos compreender perfeitamente a violência, Senhor Ministro Freitas do Amaral.

PS: Os termos em que se dirigiu a Telmo Correia - "Só espero que para o resto da sua vida sinta algum remorso sabendo o que eu lutei, quando o senhor ainda não era nascido ou andava de cueiros, para haver democracia e liberdade em Portugal (...). É preciso topete!"- sao infelizmente cada vez mais típicos no nosso parlamento pelo que só nos resta lamentar