quinta-feira, maio 11, 2006

Um sentido "Até já!"

O Campeonato Nacional de futebol é uma longa prova de resistência que premeia os mais regulares, os melhores e penaliza os inconsequentes, os mais fracos. Um campeonato não se decide num só jogo. É algo que se constrói (ou destrói) ao longo da temporada. Basicamente, não há campeões injustos mas também não há vitórias morais. Como se diz habitualmente: “cada um tem o que merece”.

O campeonato acabou, para meu contentamento, com o FCP campeão. Mas não é sobre o Porto que vou falar. Tão pouco dos rivais mais directos. Os pasquins da especialidade já escreveram tudo o que era possível dizer. Falo-vos do que pensei nos últimos dias.

Domingo à noite, sintonizei a televisão no canal ARD e pus o teletexto na página 663, que é como quem diz, “vamos lá ver os resultados da bola lá em casa”. Apareceram os resultados, o Sporting directamente na “Champions”, o Benfica na qualificação, e logo concluí que o Guimarães, infeliz mas previsivelmente, descia de divisão, acompanhado pelo Rio Ave. Fiquei na dúvida sobre quem seria o último “premiado”. Esperei pela classificação. Era o Belenenses, o velho Belém, a descer à Liga de Honra. Fiquei boquiaberto, surpreendido, triste.

Um campeonato não é feito apenas com o Porto, Benfica e Sporting. Tem de haver mais. Tem de haver deslocações difíceis, tem de haver bons e bonitos estádios, tem de haver derbys, tem de haver história, tem de haver emoção, tem de haver rivalidades, tem de haver espectáculo.

O próximo campeonato vai ser mais triste, independentemente de quem o ganhe, do melhor ou pior que se jogue. No próximo ano não vão haver jogos de primeira no Restelo, o estádio com a melhor panorâmica do país, não vão haver os fraticidas jogos dos azuis com o Boavista, os derbys com os vizinhos da segunda circular.

Para o ano não vão haver jogos de primeira no Afonso Henriques, estádio do europeu, não vão haver rivalidades entre Braga e Guimarães, e os adeptos do clube que move mais gente depois dos “grandes” vão fazer falta nas bancadas, já de si despidas, dos estádios da primeira Liga.

Para o ano em vez de um Guimarães-Braga, teremos um Desportivo das Aves-Gil Vicente. Em vez de um Belenenses-Boavista, um Estrela da Amadora-Paços de Ferreira.

Nada me move contra as equipas que ficaram ou subiram à primeira Liga. Se lá estão é porque o mereceram. É óbvio e claro como a água. Mas é também indiscutível vamos sentir a falta de algo. Vai ser mais pobre.

Por outro lado a Liga de Honra terá jogos de primeira J. Que regressem depressa. De preferência antes de o Espinho voltar a disputar a Liga de Honra… para nos tirar o sono já chega o Leixões.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não percebi esse comentário sobre o Leixões jovem!!!


VIVA O LEIXÕES, em breve de regresso aos grandes palcos!!!

3:24 da tarde  
Blogger Rui said...

Passo a explicar:
O Espinho tem uma tendência para descer de divisao sempre que pelo meio apanha o Leixoes. Nao é capaz de ganhar um jogo no Estádio do Mar, para nao falar de tao pouco ganhar muitos jogos em casa.

Depois do extinto Salgueiros, o Leixoes é maior besta negra do Espinho. Sempre que apanha um destes dois ou desce de divisao, ou entao, se estiver na luta pela subida... sobe o outro.

Estando o Salgueiros morto e enterrado, fica o Leixoes para mau agoiro.

3:41 da tarde  

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