sexta-feira, junho 30, 2006

Freitas demite-se...

... e o moleskine fica sem um dos seus primeiros e recorrentes temas de conversa. Espero que a vitória de Portugal sobre o Irão não tenha contribuído para o agravamento do seu estado de saúde! Tá bem, já sei, não devo ser malicioso... mas foi só para me despedir do ainda MNE. Será um Adeus definitivo?!

quinta-feira, junho 29, 2006

Onde pára Marques Mendes?

Hipótese 1: Está de férias com a sua prancha de bodyboard.
Hipótese 2: Está fechado em casa a ver os jogos do Mundial, e o "estado de arte" do Paulo Portas.
Hipótese 3: O Sócrates está a governar tão à direita que já nem sabe como fazer oposição (se é que alguma soube...).
Hipótese 4: Á espera de uma audiência com o Presidente Cavaco Silva, para que este lhe explique como pode fazer oposição sem ferir as convergências entre Sórates e Cavaco.

Um jogo é um jogo é um jogo

Isto é que são clientes agradáveis. Um tipo diz que anda sem tempo, e logo nos enviam umas contribuçoes.
Bigado APA. Eu também concordo contigo... mas há coisas que o bom senso n
ão explica!


Crónica de Carla Machado, no Público de hoje.


Terça de manhã, o computador olha para mim com a altivez da página em branco. Um após outro, os temas da semana desenrolam-se na minha cabeça e na verdade de nenhum apetece falar: Timor de mal a pior, um serial killer sem aparente novidade senão a da sua proveniência (Santa Comba Dão; é preciso exorcizar o sítio), a violência na Faixa de Gaza infelizmente tantas vezes já vista. E o futebol. O futebol, que - gostemos ou não (e eu, maluquinha da bola me confesso) - foi a única coisa nestes últimos dias a despertar-nos do cansaço do anteférias. Mas escrever uma crónica sobre futebol!? Porque não, uma vozinha cá dentro timidamente pergunta?

1. Porque já cansa a vista e a paciência tanta notícia, tanto debate, tanta manchete de jornal, tanta publicidade, tanta conversa de café, tanto futebol a invadir o nosso espaço mental. É um jogo, senhores, só um jogo.

2. Porque estamos todos fartos dos treinadores de bancada que diziam que Scolari era uma besta, mas que agora o querem recontratar, dos que afirmavam há quatro anos que Figo devia arrumar as chuteiras, mas afinal o homem joga como se os anos não lhe pesassem, do Vítor Baía que nos fazia tanta falta, mas afinal o Ricardo até não tem desiludido. E dos que vão voltar a afirmar tudo isso se perdermos no sábado. É um jogo que, por acaso, é também uma profissão. Quem se lembraria de dar palpites a um médico sobre a melhor forma de conduzir a cirurgia?

3. Porque a mim pouco me importa a Merche do Cristiano, ou a gordura do Ronaldo, ou a opinião das mulheres dos jogadores, ou os seus hipotéticos divórcios. Deixem-nos em paz senhores! E a nós também. É um jogo, por amor de Deus, não uma revista cor-de-rosa!

4. Porque o discurso patrioteiro soa a mofo e as bandeirinhas têm um ar patético. Porque frankly dear, não quero um país com bandeiras no jardim. Nem me apetece "marchar, marchar"! É um jogo, não matéria de segurança nacional.

5. Porque it"s all about the money. Porque o Cristiano Ronaldo vai ganhar para o Real Madrid num ano o que eu não ganho numa vida. Porque o futebol é, como todos sabemos, um negócio muitas vezes mais negro do que a lama que salpica as chuteiras dos jogadores. Porque o jogo, de jogo, por vezes já tem pouco. Cá dentro, a tal vozinha revolve-se, incomodada. Sim, tens razão, mas...
1. Mas... o futebol é hoje praticamente o único acontecimento que nos leva a invocar um "nós".
2. Mas... que outra coisa nos faz saltar da cadeira, gritar de alegria, enfrentar o abismo e renascer a cada minuto? E assim devolver-nos ao tempo da infância, em que tudo é definitivo, embora infinitamente transitório?
3. Mas... há mais poesia numa finta do Figo ou num remate-bomba do Maniche do que em muita escrita que enche por aí os escaparates das livrarias.
4. Mas... todos nós precisamos de intervalos no real, findos os quais voltamos à vida quotidiana com um pouco mais de leveza e alegria.
5. Mas... naqueles 90 minutos não há anúncios, nem namoradas mediáticas, nem bónus de jogo, nem comentadores baratos. Ou, pelo menos, assim conseguimos crer. Naqueles 90 minutos há qualquer coisa que, de vez em quando, imita bem a transcendência. E nos transporta. E bem necessitados de asas nós andamos.

É um jogo, senhores, é só um jogo. Haja juízo. E muitos golos no sábado, face a Inglaterra.

Professora universitária

quarta-feira, junho 28, 2006

É pena que o título de Presidente da Ass. Nac. de Municipios não seja em "sentido figurado"

O presidente da Câmara de Viseu e da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Fernando Ruas, desafiou a população do concelho a "correr à pedrada" os funcionários do Ministério do Ambiente que fiscalizam e multam obras feitas pelas juntas de freguesia.

"Arranjem lá um grupo e corram-nos à pedrada", incitou Ruas, anteontem, durante uma reunião da Assembleia Municipal de Viseu.

Fernando Ruas (PSD), disse hoje que estava a falar "em sentido figurado" quando anteontem instou os munícipes, numa reunião da Assembleia Municipal, a "correr à pedrada" os fiscais do Ministério do Ambiente.


Aqui entre nós... e se fosse dar banho ao c
ão?!? Em sentido figurado, como é óbvio.

O Mundial visto de cá

É inevitável para mim, por gostar de futebol e também por estar no país que acolhe a competição, falar do Mundial de Futebol.
Este campeonato é o segundo que vivo na condição de emigrante e é o primeiro em que assisto como habitante do país organizador… sim é verdade, falhei o Euro 2004 em Portugal.

Muitas vezes escutei emigrantes dizerem que sofrem muito mais por estarem longe do país, que sentem mais orgulho nas vitórias de Portugal, que demonstram como ninguém o amor pelo país com o seu apoio incondicional. Para ser sincero, não concordo que sofram, sintam ou apoiem mais a selecção do que a generalidade dos portugueses. É, no entanto, seguramente diferente.

Assisti ao jogo de Portugal com a Holanda num bar aqui de Würzburg. Não abarrotava mas estava composto. Exceptuando os devidamente trajados com os equipamentos, cachescóis e bandeiras, não se distingue à partida quantos dos presentes são portugueses. Até ao momento em que o hino é entoado. Um silêncio apodera-se de alguns dos presentes, os mesmos que logo de seguida murmuram a letra de “ A Portuguesa”, os mesmos que não conseguem esconder um brilho húmido nos olhos, e que seguram firmemente um cachescol ou uma bandeira como se tudo o que os une ao país se resumisse aquele pedaço de tecido. Não somos muitos, cinco creio eu.

O jogo começa, com uma intensidade acima do normal. Os holandeses dominam, nós, como vós, sofremos, ansiamos por uma resposta. Ouvem-se os mesmos comentários que todos vocês ouviram nessa noite. Sobre o árbitro, sobre os seleccionados e o seleccionador. Sobre o jogo viril e agressivo. A euforia do golo, a ansiedade da segunda parte, o alívio do apito final. As felicitações dos alemães presentes no bar, mais por termos eliminado a Holanda do que propriamente por termos vencido. Termino a última cerveja, os votos de uma boa noite aos conterrâneos que nunca tinha visto antes e que provavelmente nunca voltarei a ver. Estou contente, um pouco eufórico, porque não?! Saio do bar com os gritos dos espectadores do estádio, comemorando a vitória, a ecoar na cabeça. Ao passar a porta para a rua noto que não estou em Portugal.

O silêncio da noite, uma rua sem carros, umas pingas que me salpicam a testa larga. Revivo a noite da vitória do FCP na Liga dos Campeões, quando estava em Barcelona.
A euforia do momento, rapidamente se transforma em melancolia… enquanto caminho para o carro penso na vitória, no golo triunfal, na batalha memorável. Procuro escutar por entre o gotejar da chuva o barulho estridente de uma buzina. Procuro ver nos raros carros que passam uma bandeira. Em vão. A única coisa a fazer lembrar Portugal é o cachescol que levo na mão. E um ou outro cumprimento de alguém mais atento.
O telemóvel toca. De Portugal um telefonema de um amigo ou familiar. Contentes. Eufóricos. Felizes apenas. Ao fundo aquilo que procurava escutar. As buzinas dos carros, os gritos das pessoas. Mas tudo passa quando acaba a chamada. Fico só novamente. Feliz e melancólico, orgulhoso mas distante, a sofrer um pouco mais além do jogo por não poder estar convosco a celebrar o momento.
O carro conduz-me a casa enquanto eu me perco nos meus pensamentos. Ao chegar uma surpresa. Numa casa próxima uma bandeira portuesa a esvoaçar e uma buzina a rasgar a noite quando estaciono o carro. Um sorriso rasgado de um miúdo e um convite para um cálice de Porto mesmo ali no jardim. “É para celebrar…” – diz o pai.

Foi preciso uma vitória num jogo de futebol para que aquela família portuguesa se dar a conhecer ao indivíduo que estaciona um carro português naquele mesmo local vai para quatro meses. É nestes momentos que as memórias e as saudades se tornam mais intensas e mais difíceis de suportar. Também eles preferiam ter ali ao lado os seus amigos… mas esses estão tão longe como os meus.Podemos não celebrar com quem mais desejamos, mas acabamos por nunca estar sós. Procuramos como podemos reviver o que faríamos naquele momento se estivessemos em Portugal. Mas não estamos. Sofremos por isso. É apenas esta a diferença.

Licença sem vencimento…

Olá a todos, clientes e sócios do moleskine,

Ao contrário dos receios do meu querido sócio JM, não estou perdido em um qualquer estádio do Mundial, tão pouco fui raptado por um iraniano mais radical.
Contudo é óbvio que a minha assiduidade aqui no café tem sido lamentável, mas infelizmente não vos escrevo a anunciar melhoras neste aspecto… bem pelo contrário!
Por entre experiências no laboratório para terminar um projecto e experiências para “apalpar terreno” para começar outro projecto, tenho ainda de escrever a minha tese intercalar que o meu programa de doutorado exige… e ver alguns joguitos do Mundial. Pelo que o moleskine é que fica a perder… ou a ganhar dependendo do ponto de vista!
Daqui até ao Verão antevejo que serão poucas as contribuições para o café. Digamos que vou pedir licença sem vencimento.
No entanto prometo voltar sempre que conseguir conjugar disponibilidade, alguma disposição e assuntos para escrever. De qualquer forma eu passo cá todos os dias… nem que seja apenas para tomar um cimbalino.

Forte Abraço

sexta-feira, junho 16, 2006

O Reverso do discurso da "Tanga"

Barroso vai dizer aos líderes europeus que têm de evitar depressão constante .

Para um estrangeiro mais desatento até parecerá que o nosso ex-Primeiro deixou um país dinâmico e feliz.
Também gosto especialmente de saber que somos todos "crisofílicos".

Imagens que ficam...

Um bom adepto português...

...e a "Kanzlerin" da Alemanha. Bonita, ein?!?

quinta-feira, junho 15, 2006

O Mundial até agora...

Depois da primeira jornada completa deste Mundial o que mais me chamou a atenção:

- A Alemanha exactamente como se previa... um excelente ataque, uma defesa que mete dó. Wanchope (Costa Rica) sozinho foi um pesadelo para grande parte dos defesas. Excepção feita a Lahm. Mesmo com o braço às costas será provavelmete o melhor lateral do Mundial...

A Polónia implodiu minada por divergências internas... afinal todos acabam por ter o seu Saltillo. O Equador agradece.

- Inglaterra, como outras selecçoes favoritas, entrou no Mundial em servicos minímos... contrariamente ao guarda redes de Trinidad... o primeiro herói do Mundial. A Suécia creio que ainda vai a tempo de recuperar. Já hoje com o Paraguai.

- No "grupo da morte" uma Argentina eficaz para uns cativante, mas ingénuos, “Marfinenses”- isto existe ou criei apenas uma nova palavra? A Holanda cumpriu com a Sérvia graças a Roben... o segundo herói do Mundial.

- Figo... quem diria?! De longe o melhor na nossa selecção. Pena só aguentar 45 minutos... tantos como a exibição minimamente decente de Portugal. Valha-nos a incapacidade dos Angolanos para acreditarem que eram capazes. Demasiado convívio com os tugas. O México ganhou... mas foi mais dificil do que parece. Que sirva de aviso para Sábado.

- República Checa, a melhor selecção da primeira jornada. Rusicki a brilhar bem alto. A ter em conta. O Estados Unidos descem à terra... e constatam que o 5°lugar no ranking da FIFA é apenas fictício! A Itália, eficaz e ranhosa como sempre. Passarão as duas melhores selecçoes do grupo.

- Brasil enfadonho e sem samba. Foi suficiente para uma trabalhadora mas ineficaz Croácia. Austrália deu a volta a um resultado injusto. Bom para o ego, mas suficiente para se bater com a Croácia?! O Japão, tal como os EUA volta à terra...

- Juntar França e Suiça no mesmo grupo só poderia dar aquilo... um grande nulo .No resultado e na emoção. Juntamente com Coreia e Togo, talvez um dos mais equilibrados grupos do Mundial... mas nivelados por baixo.

- Espanha, juntamente com os 30°C, esmagou a Ucrânia. Uma surpresa. Não terá problemas em passar à próxima fase. Mas que fará a Ucrânia? Tunísia arrancou o primeiro ponto de uma equipa africana neste Mundial. Deveriam ter feito mais, mas mesmo assim considerem-se cheios de sorte.

Predictor Game - Resultados

Para seguirem os resultados actualizados do nosso joguito cliquem ali ao lado junto à contagem dos nossos clientes.

Abraco e bom Mundial

PS: JM, como sócio gerente espero que saibas que nao podes ganhar...

quarta-feira, junho 14, 2006

Greve dos Professores

Algumas notas sérias e... outras nem por isso:

1) Os professores têm todo o direito e alguma justificação para fazerem greve e manifestarem-se.
2) Em tempos em que todos, incluindo FENPROF, exigimos bom senso e que cada um dê o exemplo, digamos que a data escolhida, entre dois feriados, soa mais a grande ponte do que a grande manifestação.
3) Curioso como o Correio da Manhã diz às 8:00 da manhã que a "Manifestação entope Avenidas"... especialmente quando esta só comeca às 15:00...
4) Além disso já chegam tarde para as marchas :-)

A Liga que temos

Independentemente de um dos visados ser o Belenenses, clube pelo qual tenho especial carinho, e independentemente de quem tenha razão neste caso, algo que simplesmente não sei,... isto é uma palhaçada e uma vergonha.
Leiam mesmo que não gostem de futebol.

terça-feira, junho 13, 2006

Adeus Nês

“Lembranças e Saudade é tudo o que nos resta da Inesita”.

Com estas palavras fiquei a saber que partiu para sempre umas das mais inteligentes e encantadoras mulheres que conheci… e amei. São parcas as palavras para descrever o que sente quem a conheceu.

É difícil aceitar que tudo o que resta são as lembranças impressas na memória, em fotografias de outros tempos.

É difícil suster a impotência e a revolta pela luta desigual que travaste nas lágrimas que me escorrem pela face.

A Saudade que ocupa um vazio que noto agora existir…

Deixei-te partir sem uma despedida… desculpa. Na verdade nunca o quis fazer… na esperança ingénua que talvez assim não partisses.

Na foto para a qual olho mais uma vez, vejo-te como sempre te recordarei… com um sorriso sereno, sincero e tranquilo. O teu olhar astuto e atento…

As palavras faltam-me… talvez mais tarde…

Não te esquecerei “moçoila”.

Adeus Nês. Até Sempre.

quinta-feira, junho 08, 2006

Mourinho e Scolari - serão eles diferentes?!

Cara e Querida APA,

Foi com prazer e um sorriso que li o teu comentário no moleskine. O primeiro de muitos, desejo eu. Pedias que alguém te elucidasse o porquê das diferentes avaliações que pessoas fazem de Scolari e Mourinho quando são ambos, em doses similares , vencedores e particularmente arrogantes.

Duvido que fiques esclarecida depois de leres este post… bem pelo contrário, mas de qualquer modo ficas com a minha humilde opinião.

Comecemos por Mourinho. Era o treinador da minha equipa de eleição. Viste o meu contentamento no dia seguinte à vitória na taça UEFA. Não viste a minha alegria depois da vitória na Liga dos Campeões, mas certamente que imaginas como foi. Mourinho levou uma equipa boa, mas não especialmente boa, a transcender-se e a vencer tudo practicando um estilo de futebol que continua a vingar na Europa, agora no Chelsea. Mourinho tornou-se um vencedor e um dos mais bem pagos e desejados treinadores do mundo.

No entanto, o homem não é um poço de virtudes. Muitas vezes te ouvi dizer algo como “já nem posso ouvir aquele arrogante”. Mourinho é, sem dúvida, arrogante. Digo mais, truculento, conflituoso e mau perdedor. Mas metódico. Tudo o que faz e, especialmente, o que diz, tem como objectivo proteger, incentivar ou enviar avisos para o interior do seu grupo.

Mourinho adora ser criticado e dar razões para que o critiquem. Adora dizer frases bombásticas que explodem nas capas dos tablóides londrinos. Sente-se um peixe na água quando provoca árbitros, os treinadores e jogadores adversários. Gosta de os pôr nervosos, ansiosos e com ganas de os bater. Depois ensina como ninguém os seus jogadores a explorar a ânsia e as fraquezas do adversário, do qual faz um estudo impressionante.

Ao mesmo tempo que centra as atenções nele, evita que os focos vão para os seus jogadores. Convence-os que são os melhores, dá a cara por eles na hora das derrotas, culpa por vezes as arbitragens quando as coisas não lhe correm bem (mesmo que a sua equipa tenha sido claramente inferior, como foi o caso da eliminatória com o Barça), como também critica os seus jogadores quando estes perdem um jogo por terem andado a passear a camisola pelo campo.

Mourinho é convencido? Sim, ou melhor, Mourinho está convencido que é o melhor. É arrogante? José Mourinho, a pessoa, não faço a mínima ideia, mas Mourinho o treinador é arrogante todos os dias, esforça-se por ser único, quer continuar a dar razões para que o chamem “Special One”.

Scolari é também ele um vencedor. Ganhou várias coisas no Brasil, na América do Sul, e foi campeão do mundo em 2002 com o Brasil. Ao contrário do que o JM opina, não creio que Scolari tenha que provar o que quer que seja. É sem dúvida, também ele um bom treinador.

Scolari chegou a Portugal depois do último Mundial, em que o físico foi tratado com visitas de prostitutas ao estágio da selecção, e a táctica preparada com base nos poderes sobrenaturais de pés de alho. A selecção precisava de alguém como ele. Um “sargentão” para por as tropas na ordem, alguém que fosse imune a pressões. E foi isso o que fez, primeiro uma limpeza de balneário disfarçada de “escolhas de critério desportivo” deixando Baía, João Pinto e outros de fora. Depois a sua peculiar relação com os seus críticos, nunca levando em consideração opiniões que fossem diferentes das suas.

E a verdade é que a imprensa desportiva nacional, anormalmente acéfala no que toca a críticas ao seleccionador, educou e habituou-o mal. Raramente se põe em causa as escolhas que ele faz, e muito menos o que diz. Talvez seja tudo em nome na unidade nacional. O que a unidade nacional quer é notícias sobre os milhares de pessoas que acompanharam a selecção em Évora (mas ao longe), os milhares de emigrantes que esperavam pela selecção no aeroporto durante horas, para depois (não) vê-los sair por uma porta lateral, as entrevistas dadas pelos nossos originais jogadores dizendo que vão lutar pela titularidade, que os adversários não são fáceis, que vão entrar para todos os jogos com o objectivo de vencer, e com vontade de retribuir todo o apoio e carinho dos emigrantes e de todos em Portugal. Todos os dias o mesmo.

Quando aparecem críticas como:

- “Qual é o sentido de criar um centro de estágio propositadamente para receber a selecção durante uma semana?”;

- “Porque são convocados jogadores que não jogam habitualmente nos seus clubes, e em duvidosa forma fisica?”;

- “Como pode ele saber se a selecção está bem preparada para o Mundial, quando faz jogos de preparação com selecções poderosíssimas como Cabo Verde e Luxemburgo?”

- “Que incentivo dá ele aos restantes jogadores quando diz meses antes do Mundial, que já tem quase a totalidade dos lugares preenchidos e que só muda de opinião se houver lesionados? Quando não convoca o melhor jogador do campeonato?”

Scolari apelida os críticos de intelectuais, chamando “Bosta” a Miguel Sousa Tavares, e algo que me escapa agora, ao cineasta Pedro Vasconcelos. Scolari tem todo o direito de não gostar, não concordar e até replicar as opiniões diferentes das suas, mas não pode de maneira alguma descambar para o insulto. Eu, que concordo absolutamente com estas críticas, sou apenas intelectual ou também uma bosta?

Scolari preocupa-se também, tal como Mourinho, em salvaguardar o seu grupo de jogadores. Escolhendo sempre os mesmos transmite-lhes o sentimento de que são uma família, que confia neles e que juntos vencerão. Mesmo que estejam a jogar mal, ou fisicamente empenados, o importante é estarem unidos. Mesmo que Ricardo faça asneira atrás de asneira no Sporting, vem Scolari e põe-no a titular. Mesmo que Costinha não jogue há seis meses, não faz mal, é da família.

Refugia-se nos “99,9% dos portugueses que o adoram”. Refugia-se mal. Os portugueses adoram que a selecção vença. Se voltarem da Alemanha demasiado cedo, verá como os portugueses se transformam rapidamente em intelectuais. E até os jornalistas desportivos passarão rapidamente de bajuladores a abutres.

Concluindo, ambos cultivam uma arrogância sem limites, mas também protegem como ninguém os seus jogadores. De maneiras diferentes porque também são realidades diferentes.

O que os distingue é a forma como lidam com a imprensa, e como as críticas afectam, ou não, o seu trabalho. Mourinho faz críticas e é criticado. É arrogante mas não especialmente teimoso. Se tem de mudar algo na equipa, pura e simplesmente muda, independentemente daquilo que os outros dizem ou sugerem.

Scolari mais do que arrogante é teimoso. Detesta dar razão aos seus críticos, detesta reconhecer que errou. É tão teimoso, que foi preciso jogar todos os jogos de preparação para o Europeu de uma forma paupérrima e perder o primeiro jogo com a Grécia, para finalmente fazer o óbvio e aquilo que todo o país clamava há meses: o aproveitamento da equipa base do FCP, recém campeão europeu. A arrogância de Scolari cega-o.

Claro que todas estas críticas caem por terra com uma boa campanha de Portugal na Alemanha, mas não faria sentido para mim expressá-las depois do Mundial.

Espero, sinceramente, que façamos um grande campeonato e que Scolari demonstre que estou errado. Scolari é um bom treinador, e tem uma boa equipa. Tem agora a oportunidade de mostrar que a sabe moldar para obter grandes feitos.

Eu por aqui andarei, criticando ou elogiando, sofrendo certamente, entre a alegria de um golo e as saudades do meu país.

Um beijo para ti, carregado com as saudades que tenho dessa vista para o Tejo.

PS: Nada esclarecida, certo? :-P

quarta-feira, junho 07, 2006

Frankfurt, Sábado à noite




Relembro que o moleskine lançou o "Predictor - WC 2006" e que o prazo termina na 6a feira.

PS: Se clicarem nas fotos podem visualizar muito melhor.

sexta-feira, junho 02, 2006

Dia Nacional do cão...

Sim, vejam bem. E acrescentem. O dia nacional do idiota. O dia nacional do catador de pulgas. O dia nacional do ejaculador precoce. O dia nacional da leitora do Pantagruel. O dia nacional do Totoloto. O dia nacional da relva & do escalracho. O dia nacional do esgaramanteador de laustríbias. O dia nacional do dobrador de guardanapos. O dia nacional do agente de viagens. O dia nacional das bombinhas de cheiro. O dia nacional da mosca tsé-tsé. O dia nacional da magnólia & da japoneira, ou camélia, como entenderem. O dia nacional do que não fode nem sai de cima. O dia nacional da unha do dedo mindinho comprida. O dia nacional do frequentador da cervejaria da Trindade.

Predictor Game - moleskine 2006

Olá a todos, pois aqui está a classificação após os quartos de final

1° RPG 258p
2° JM 254p
3° droguinhas 247p
4°casky 245p
5° panke 205p

Seguindo uma sugestão de um dos nosso clientes ficam aqui expressos também os prognósticos para o vencedor do Mundial

JM .........................Argentina (já foste)
droguinhas ............Itália (hmm...)
casky......................Argentina (tb já foste)
RPG .......................Portugal... eh eh brincadeirinha. Brasil (a brincadeirinha era a brincar!!)
panke ......................Deutschland (hmm, hmm)

PS: Nao se esquecam de enviar os prognósticos para os jogos das meias finais. Obrigado a todos.





Carissímos clientes do moleskine,

de hoje a uma semana começa o Mundial de Futebol. Como devem já ter perebido, a maioria, para não dizer a totalidade, da sociedade gerente deste café tem especial interesse... está bem, é amante, quase fanáticos do jogo.

Por isso tomei a iniciativa de criar, entre todos os nossos clientes, um modo de confraternizarmos durante este mês de Mundial. O que vos proponho é um “predictor game”. O que é? Basicamente um jogo em que todos fazemos prognósticos (antes dos jogos...), e no final vemos quem foi o melhor.

Como funciona? Muito simples. Nesta direcção podem fazer um download de um ficheiro excel com todos os jogos (sigam as instruções do site, relativamente às “macros”). Preencham todos os resultados relativos à 1ª fase, gravem o documento com o vosso “nickname” e enviem-no para o e-mail do blogue (cafemoleskine@gmail.com), antes do início do primeiro jogo do Mundial (9 de Junho, 17h). Repitam o procedimento para as restantes fases do Mundial, sempre antes do primeiro jogo da respectiva fase (1/8, ¼, meias-finais e final).

Eu criei uma tabela de pontos:

1ª fase: Tendência correcta (1 X 2) - 3p
Resultado correcto - 5p
Por cada previs
ão correcta das equipas qualificadas – 10p

2ª fase: Tendência correcta (1 X 2) - 5p
Resultado correcto - 10p

Previsão Campeão Mundial (antes do 1° jogo) - 50p

Se tiverem outras propostas de pontuação avisem...

As actualizações serão feitas sempre que possível.

Se há prémios?!... Sim, creio que estando eu na Alemanha, sempre posso oferecer pelo menos ao 1° classificado um “souvenir” do campeonato. Surpresa :-)

Participem, convidem os amigos, os familiares, tragam o cão (com ou sem pulgas...) e o gato também. Se tiverem comentários a fazer durante (antes ou depois também!!!) o Mundial enviem-nos para o mail “ca gente” vai postando.

Abraço a todos e Força Grupo Recreativo Amigos do Scolari...